31/10/2014

Lanterna de Abóbora

Em noite de Samhain a linha entre os mundos é mais ténue, isso é certo e sabido. Os espíritos e todos os seres do outro mundo vagueiam agora livremente entre nós.

Longo, é o tempo desta tradição que se tornou tão popular, em que a abóbora se transforma numa figura caricata e assustadora, enfeitando ruas e casas.
 
Mas o seu significado é mais profundo, e não meramente decorativo. A Lanterna de Abóbora será nesta noite protectora do nosso lar. Colocada nas janelas e em frente à porta de entrada afastará todas as criaturas indesejáveis e que venham com o propósito de nos perturbar.

Para fazer a nossa Lanterna de Abóbora vamos precisar apenas de:
Escolham a abóbora pela qual se apaixonarem, a que virem primeiro e vos chame a atenção, essa será com certeza a ideal, terão uma ligação com ela!

Depois de tudo pronto, o primeiro passo é cortar uma tampa no topo da abóbora, usando a nossa faca ou o boline. E preparem-se já para sujar as mãos porque retirar todas aquelas sementes do interior não é nada agradável...

Após as sementes retiradas é bom tentar aproveitar o máximo que conseguirmos do interior da abóbora, quem sabe, para fazer uma sopa mágica! Raspar por dentro com uma colher vai ajudar, e até vai facilitar na hora de esculpir o rosto.

Agora é libertar a criatividade! Se precisarem desenhem primeiro com uma caneta o rosto na abóbora, e cortem então com a faca por cima das linhas. 

Já só falta mesmo untar a vela com o óleo, coloca-la dentro da abóbora, acender e dizer:

"Com esta vela, por esta luz e pela brisa que vem do além
Eu dou as boas-vindas aos espíritos que vêm por bem.
Nesta noite de Samhain a quem me quer perturbar 
Que jamais neste lar consiga entrar."

Esta nossa amiga está pronta! Feliz Samhain :)


23/09/2014

Cornucópia de Mabon

Depois de um ano enferrujado, fez-se uma limpeza mágica e O Caldeirão já está finalmente pronto a usar. Sejam todos (novamente) muito bem-vindos!

Hoje, por todo o Hemisfério Norte, celebra-se a chegada do Outono. Entre a maioria dos pagãos é um dia de fartura e comemoração por todas as conquistas. Popularmente conhecido como Mabon, este Sabbat tem como símbolo principal a cornucópia, que representa a fertilidade, a riqueza e a abundância, próprias desta festividade.

E o que há de melhor se não uma cornucópia comestível para comemorar? Não, não se preocupem que não é preciso ser-se uma grande bruxa ou bruxo de cozinha, é tudo muito simples. Querem ver?! Vamos precisar de:

É claro que podem substituir um ou outro ingrediente, escolherem as frutas de época que preferirem, e até fazer a vossa própria massa de pizza (se quiserem arriscar ou não forem preguiçosos como eu).

Para começar, com algumas folhas de papel de alumínio formamos um cone grande e resistente, depois basta moldarmos um pouco a ponta do cone para cima e já temos a nossa cornucópia. Untamos com manteiga e entretanto cortamos várias tiras na massa de pizza.


Já com as tiras cortadas, basta envolver toda a cornucópia com a massa, tendo o cuidado de verificar se todos os locais estão realmente bem untados.

Para um acabamento mais bonito finalizamos com uma trança feita com duas ou três tiras da massa.


Agora, basta só pincelar com uma gema de ovo por cima, e vão ver que quando sair do forno até vem com um brilho encantado!



Com o forno já pré-aquecido (à temperatura que vem indicada no pacote da vossa massa), basta colocar a cornucópia no quentinho e esperar que a magia aconteça.


Assim que estiver pronto, pedimos aos deuses alguma paciência, e com todo o cuidado retiramos o interior de papel de alumínio. Não haja pressas! 


Agora é só colocar as frutas, o queijo, as carnes, os chocolates, ou o que quisermos... Et voilà! O nosso pequeno manjar dos deuses está servido. Feliz Mabon!

02/12/2013

Cálice

À semelhança do caldeirão, a simbologia do cálice está ligada à fertilidade e à Deusa. O seu elemento é a Água e nele é contida a própria água, que deverá estar sempre presente no altar. Em algumas festividades ou rituais específicos pode ainda encher-se com alguma bebida ritualística a ser servida durante os mesmos, ou usada numa libação.
O cálice pode ser feito de praticamente qualquer tipo de material (prata, ouro, barro, cristal, madeira, pedra...) tendo em atenção se a sua composição não é tóxica. Materiais sintéticos, como o plástico, também não devem ser uma opção.

27/11/2013

Athame

O athame é um punhal ritualístico com a função de canalizar energia para o ritual. É um instrumento de comando e manipulação de poder, e por isso comumente usado em rituais de protecção e banimento - desviando forças negativas ou entidades indesejáveis. 
Tradicionalmente a sua lâmina é de duplo corte e o seu cabo de cor preta, pois o preto absorve o poder, e pode ainda conter símbolos mágicos inscritos em si. A sua forma sugere uma natureza fálica, sendo associado às energias masculinas e ao Deus.
Há quem acredite que o Fogo é o elemento que o rege. Alguns dos argumentos apontam para a forma como um punhal é forjado através do fogo, a sua coligação com o Sol e o Deus, ou ainda pelo simbolismo que o fogo representa (autoridade, combate, protecção...), fortemente ligado à imagem de uma espada. No entanto, também há quem o associe ao elemento Ar.
Alguns praticantes utilizam ainda um segundo punhal (ou foice), geralmente de cabo branco, conhecido como Bolline. Uma faca de trabalho somente usada para a colheita de ervas e plantas, o corte de madeiras, a inscrição de símbolos em velas, entre outras tarefas.

12/11/2013

Caldeirão

O caldeirão representa o útero da Deusa, onde tudo se transforma e de onde tudo nasce. Tradicionalmente é feito de ferro e na sua base possui três pés que representam as três faces da Deusa: Jovem, Mãe e Anciã. Simboliza a quinta-essência, o Elemento Éter, contendo em si também os quatro elementos, e é por isso posicionado no centro do altar.
Envolto em histórias e lendas, mistério e tradição mágica, é associada à bruxaria desde séculos. Nele queimam-se ervas e preparam-se feitiços e poções. Contendo fogo, lançam-se papeis com desejos, e cheio de água, é utilizado como espelho mágico para visualizar o futuro ou o passado. Ao longo do ano, no altar, é também ornamentado por flores, velas, cristais ou outros elementos mágicos com um significado ou propósito.
Mas onde obter um caldeirão?
Diversas lojas esotéricas dispõem de caldeirões com tamanhos e formatos variados, mas nem sempre poderá ser uma boa opção devido aos seus preços que, na maioria, são elevados. Uma boa hipótese será procurar em feiras, mercados, lojas de artesanato ou em segunda mão. Na impossibilidade de comprar, arrisque e tente fazer o seu próprio caldeirão em barro!

02/11/2013

A Roda do Ano


O tempo e o espaço são circulares, tudo acaba onde recomeça. Desde tempos antigos que os pagãos reconheciam a existência de um ciclo nas suas vidas, que se manifestava não somente através da Natureza mas de todo o Universo. Observavam-no através do Sol, da Lua e das Estações do Ano, e celebravam essas mudanças ano após ano com festividades em ocasiões específicas.
Hoje em dia, originários de antigos rituais europeus, comemoram-se normalmente 8 festivais anuais conhecidos como Sabbats, e a esse conjunto chamamos Roda do Ano. Através deles sincronizamos as nossas energias com as da Natureza e acompanhamos a evolução do Sol durante o ano, representando as várias faces do Deus: O seu nascimento, crescimento, união com a Deusa, e finalmente o seu declínio e morte, para que depois possa voltar a renascer e assim retornarmos a um novo ciclo (poderão ler mais à cerca das faces do Deus ao longo da Roda do Ano aqui).
Os Sabbats dividem-se ainda em dois grupos denominados Sabbats Maiores e Sabbats Menores. Os Maiores são os mais antigos, vinculados aos primitivos rituais pagãos de plantio, colheita e caça. Já os Menores correspondem às estações da Natureza, e foram incorporados somente mais tarde, quando houve uma percepção exacta da orientação solar o que determinou os Solstícios e Equinócios (algumas tradições pagãs não celebram este último grupo).
A Roda do Ano está de acordo com o Hemisfério Norte, naturalmente devido às suas raízes europeias. Para os habitantes do Hemisfério Sul isto poderá causar algum desassossego e confusão. Uns optam por celebrar da forma original e outros invertem a roda para que os Sabbats que celebram os Solstícios e Equinócios correspondam aos da sua região, mesmo que isso cause alguma incoerência em determinadas datas e suas mitologias. Esta questão é uma das mais polémicas entre os pagãos, no entanto acredito que os leitores que vivam no Hemisfério Sul encontrarão a fórmula certa para si. Abaixo poderão consultar o calendário consoante o Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul.


31/10/2013

Onde obter ervas para utilização mágica?

As ervas crescem um pouco por todos os lugares. Junto às ribeiras, nas florestas, nas montanhas, nos desertos, nas águas de um lago... e facilmente encontramos também nos nossos jardins várias ervas úteis na magia herbal. 
Há quem defenda que o uso das ervas que sejam nativas da região onde vivemos e que cresçam localmente produzem melhores resultados, pois tanto as ervas como o mágico estão em harmonia por viverem no mesmo solo. Isto limita o número de ervas que podem ser usadas, porque estas plantas requerem uma vasta variedade de condições de crescimento, e as ervas usadas na magia provêm de todo o mundo.


Felizmente, as ervas que não crescem perto de nós podem ser encontradas em supermercados, lojas de jardinagem, mercados, ervanárias e lojas de comida saudável e em lojas esotéricas. As poucas ervas que são praticamente impossíveis de obter actualmente são raramente necessárias e por isso quase esquecidas. Tudo o resto está disponível.

Tenho que comprar as minhas ervas numa loja mágica?
Podem comprar onde muito bem entenderem. Muitas ervas são mais difíceis de encontrar, mas aquelas disponíveis nos mercados podem ser certamente usadas.