27/11/2013

Athame

O athame é um punhal ritualístico com a função de canalizar energia para o ritual. É um instrumento de comando e manipulação de poder, e por isso comumente usado em rituais de protecção e banimento - desviando forças negativas ou entidades indesejáveis. 
Tradicionalmente a sua lâmina é de duplo corte e o seu cabo de cor preta, pois o preto absorve o poder, e pode ainda conter símbolos mágicos inscritos em si. A sua forma sugere uma natureza fálica, sendo associado às energias masculinas e ao Deus.
Há quem acredite que o Fogo é o elemento que o rege. Alguns dos argumentos apontam para a forma como um punhal é forjado através do fogo, a sua coligação com o Sol e o Deus, ou ainda pelo simbolismo que o fogo representa (autoridade, combate, protecção...), fortemente ligado à imagem de uma espada. No entanto, também há quem o associe ao elemento Ar.
Alguns praticantes utilizam ainda um segundo punhal (ou foice), geralmente de cabo branco, conhecido como Bolline. Uma faca de trabalho somente usada para a colheita de ervas e plantas, o corte de madeiras, a inscrição de símbolos em velas, entre outras tarefas.

12/11/2013

Caldeirão

O caldeirão representa o útero da Deusa, onde tudo se transforma e de onde tudo nasce. Tradicionalmente é feito de ferro e na sua base possui três pés que representam as três faces da Deusa: Jovem, Mãe e Anciã. Simboliza a quinta-essência, o Elemento Éter, contendo em si também os quatro elementos, e é por isso posicionado no centro do altar.
Envolto em histórias e lendas, mistério e tradição mágica, é associada à bruxaria desde séculos. Nele queimam-se ervas e preparam-se feitiços e poções. Contendo fogo, lançam-se papeis com desejos, e cheio de água, é utilizado como espelho mágico para visualizar o futuro ou o passado. Ao longo do ano, no altar, é também ornamentado por flores, velas, cristais ou outros elementos mágicos com um significado ou propósito.
Mas onde obter um caldeirão?
Diversas lojas esotéricas dispõem de caldeirões com tamanhos e formatos variados, mas nem sempre poderá ser uma boa opção devido aos seus preços que, na maioria, são elevados. Uma boa hipótese será procurar em feiras, mercados, lojas de artesanato ou em segunda mão. Na impossibilidade de comprar, arrisque e tente fazer o seu próprio caldeirão em barro!

02/11/2013

A Roda do Ano


O tempo e o espaço são circulares, tudo acaba onde recomeça. Desde tempos antigos que os pagãos reconheciam a existência de um ciclo nas suas vidas, que se manifestava não somente através da Natureza mas de todo o Universo. Observavam-no através do Sol, da Lua e das Estações do Ano, e celebravam essas mudanças ano após ano com festividades em ocasiões específicas.
Hoje em dia, originários de antigos rituais europeus, comemoram-se normalmente 8 festivais anuais conhecidos como Sabbats, e a esse conjunto chamamos Roda do Ano. Através deles sincronizamos as nossas energias com as da Natureza e acompanhamos a evolução do Sol durante o ano, representando as várias faces do Deus: O seu nascimento, crescimento, união com a Deusa, e finalmente o seu declínio e morte, para que depois possa voltar a renascer e assim retornarmos a um novo ciclo (poderão ler mais à cerca das faces do Deus ao longo da Roda do Ano aqui).
Os Sabbats dividem-se ainda em dois grupos denominados Sabbats Maiores e Sabbats Menores. Os Maiores são os mais antigos, vinculados aos primitivos rituais pagãos de plantio, colheita e caça. Já os Menores correspondem às estações da Natureza, e foram incorporados somente mais tarde, quando houve uma percepção exacta da orientação solar o que determinou os Solstícios e Equinócios (algumas tradições pagãs não celebram este último grupo).
A Roda do Ano está de acordo com o Hemisfério Norte, naturalmente devido às suas raízes europeias. Para os habitantes do Hemisfério Sul isto poderá causar algum desassossego e confusão. Uns optam por celebrar da forma original e outros invertem a roda para que os Sabbats que celebram os Solstícios e Equinócios correspondam aos da sua região, mesmo que isso cause alguma incoerência em determinadas datas e suas mitologias. Esta questão é uma das mais polémicas entre os pagãos, no entanto acredito que os leitores que vivam no Hemisfério Sul encontrarão a fórmula certa para si. Abaixo poderão consultar o calendário consoante o Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul.